MGC Capital

Reestruturação de dívidas: saiba como evitar os erros mais comuns durante o processo

Pressão de caixa, queda de demanda, conjuntura econômica desfavorável, mudanças inesperadas no mercado. Não são poucos os fatores que podem levar uma organização a precisar reorganizar ativos e passivos para conseguir honrar seus pagamentos.

A reestruturação de dívidas é uma operação essencial para empresas que enfrentam dificuldades financeiras e desejam se estruturar para voltar ao estado de solvência, ou mesmo manter suas operações com um fluxo de caixa sustentável.

No entanto, para que seja bem-sucedido, o processo exige planejamento, transparência e decisões bem fundamentadas. Pequenos descuidos podem não apenas comprometer o resultado da reestruturação, como também agravar ainda mais a situação financeira da empresa.

Continue a leitura para conhecer os principais erros a serem evitados durante o processo de reestruturação de dívidas e como adotar práticas que garantam resultados sustentáveis.

O que é reestruturação de dívidas

A reestruturação de dívidas empresariais é uma estratégia financeira usada por empresas em dificuldades para cumprir suas obrigações financeiras. É uma operação que consiste em renegociar condições de pagamento com credores e ajustar as obrigações financeiras de modo a garantir a viabilidade da empresa a longo prazo.

Mais do que uma medida emergencial, a reestruturação é uma oportunidade para reorganizar as finanças e garantir a sustentabilidade do negócio. O processo envolve renegociar os termos de pagamento com credores, buscando condições mais favoráveis, como prazos maiores, taxas de juros reduzidas ou mesmo a reorganização total das dívidas.

Os principais objetivos da reestruturação de dívidas costumam incluir a extensão dos prazos de pagamento, reduzindo o valor das parcelas mensais, a negociação de taxas de juros mais baixas e a consolidação de múltiplas dívidas em um único plano de pagamento. A partir dela, espera-se uma reversão do quadro deficitário de caixa da empresa, aumentando a probabilidade de que os credores recebam o que lhes é devido.

O que leva uma empresa a precisar reestruturar suas dívidas?

Há diversas situações que podem levar uma empresa a considerar a reestruturação de dívidas.

– Dificuldades de fluxo de caixa: Quando a empresa não consegue gerar receitas suficientes para cobrir suas despesas e pagamentos de dívidas.

– Crescimento desordenado: Investimentos mal planejados podem gerar altos níveis de endividamento.

– Mudanças no mercado: Crises econômicas, redução de demanda ou aumento de custos podem comprometer a capacidade de pagamento.

– Aumento de taxas de juros: Dívidas atreladas a juros variáveis podem se tornar insustentáveis em cenários de alta na taxa de juros.

Principais ações de reestruturação de dívidas empresariais

– Renegociação de prazos e condições

A renegociação é um dos métodos mais comuns de reestruturação. Nessa modalidade, a empresa discute com seus credores a extensão do prazo de pagamento, a redução de juros ou até a carência de parcelas.

O objetivo principal da renegociação é tornar os pagamentos mais compatíveis com o fluxo de caixa da empresa. Ao permitir ajustar os termos do acordo de forma colaborativa, ela traz como principal vantagem a preservação do relacionamento com os credores.

Consolidação de dívidas

Esse tipo de reestruturação envolve a unificação de diversas dívidas em um único contrato, geralmente com melhores condições de pagamento.

A consolidação de dívidas tem como principal objetivo simplificar a gestão financeira e reduzir os custos com juros. Suas principais vantagens incluem proporcionar uma visão mais clara das obrigações financeiras e a possiblidade de reduzir a pressão de múltiplos credores.

Troca de dívida por ativos (desmobilização)

Quando não consegue gerar fluxo de caixa suficiente para quitar suas dívidas, a empresa pode optar por ceder ativos como forma de pagamento parcial ou total. O objetivo principal é reduzir o endividamento sem comprometer a operação.

A vantagem da desmobilização é aliviar a pressão financeira de forma imediata, mas exige cuidado para não impactar áreas estratégicas.

Refinanciamento de dívidas

O refinanciamento consiste em buscar uma nova linha de crédito para quitar as dívidas existentes, substituindo-as por uma com condições mais favoráveis, como juros menores ou prazos maiores.

Descontos para quitação antecipada

Em alguns casos, os credores podem aceitar descontos no valor total da dívida se a empresa fizer o pagamento integral em um curto prazo. Embora exija disponibilidade imediata de recursos, essa é uma oportunidade de encerrar as dívidas com custos reduzidos.

Conversão de dívida em participação societária

Em situações extremas, os credores podem concordar em converter parte ou toda a dívida em participação acionária na empresa. Isso geralmente ocorre em empresas com alto potencial de recuperação.

O objetivo dessa conversão é reduzir o passivo financeiro e atrair novos investimentos. A operação costuma aliviar a pressão sobre o fluxo de caixa, mas reduz a participação dos sócios originais.

Recuperação judicial

Quando as negociações informais não são suficientes, a recuperação judicial pode ser uma alternativa. Trata-se de um processo legal que suspende temporariamente as cobranças para que a empresa apresente aos credores um plano de reestruturação.

Objetivo: ganhar tempo e evitar a falência.

Vantagem: oferece proteção legal, mas pode impactar a imagem da empresa.

Principais erros a serem evitados no processo de reestruturação de dívidas

Falta de diagnóstico preciso

Um dos erros mais comuns é iniciar a reestruturação sem uma análise detalhada da situação financeira. Muitos gestores subestimam a complexidade do processo, deixando de fazer um diagnóstico claro dos passivos, receitas e fluxo de caixa.

Antes iniciar qualquer negociação, é fundamental fazer um levantamento completo das dívidas, incluindo prazos e taxas de juros. Devem ser analisadas também as receitas e despesas futuras para avaliar a capacidade real de pagamento.

Planejamento ineficiente

Uma reestruturação financeira sem um planejamento estratégico pode ser um tiro no escuro. Definir metas claras, estabelecer prazos realistas e criar um plano de ação detalhado são passos cruciais. Empresas que tentam improvisar o processo tendem a enfrentar dificuldades adicionais.

O plano de reestruturação de dívidas deve contemplar as seguintes diretrizes:

  • Prioridades de pagamento: é fundamental definir quais dívidas serão pagas primeiro, com base em fatores como juros, prazos e impacto no negócio.
  • Propostas de renegociação: sugerir novos prazos, taxas de juros e condições de pagamento que a empresa possa cumprir.
  • Projeção financeira futura: avaliar como a reestruturação ajudará a melhorar o fluxo de caixa e estabilizar a situação financeira.

Ignorar o fluxo de caixa

O controle do fluxo de caixa é o aspecto central de qualquer reestruturação financeira. Não monitorar entradas e saídas pode resultar em novos problemas de liquidez. Acompanhar diariamente o fluxo de caixa é essencial para garantir que a empresa consiga honrar seus compromissos imediatos.

Não envolver especialistas

Tentar resolver tudo internamente, sem a ajuda de consultores financeiros ou jurídicos especializados, pode limitar a eficácia do processo. Especialistas trazem experiência e insights que ajudam a identificar oportunidades e evitar erros estratégicos.

Renegociar dívidas de forma improvisada

A renegociação de dívidas é uma etapa crítica da reestruturação, mas conduzi-la sem uma estratégia pode pôr todo o processo a perder. Abordar credores sem uma proposta bem estruturada ou deixar de priorizar dívidas mais onerosas pode prejudicar todo o andamento do plano financeiro.

Nesta etapa, uma comunicação clara e objetiva com os credores pode fazer toda a diferença. Um diálogo aberto para negociações amigáveis pode, por exemplo, evitar cobranças judiciais.

Cortar custos sem planejamento

Embora a redução de despesas seja necessária, fazer cortes indiscriminados pode comprometer a operação da empresa. É importante avaliar cuidadosamente quais custos podem ser reduzidos sem afetar a qualidade dos produtos ou serviços oferecidos.

Deixar de manter uma comunicação clara com stakeholders

Funcionários, fornecedores, credores e até clientes devem ser informados, de forma transparente, sobre os motivos e objetivos da reestruturação. Manter essas partes interessadas no escuro pode gerar desconfiança e prejudicar o relacionamento com elas.

Negligenciar aspectos jurídicos e tributários

A reestruturação financeira pode ter implicações legais e fiscais. Não considerar esses fatores pode levar a multas, processos ou dificuldades com órgãos reguladores. É essencial garantir que todas as mudanças estejam em conformidade com a legislação vigente.

Não revisar processos internos

Uma reestruturação eficaz vai além das finanças. Ignorar a revisão de processos internos, como gestão de estoque, logística ou operação comercial, pode limitar o efeito das mudanças implementadas.

Focar apenas no curto prazo

Muitas empresas concentram seus esforços apenas em soluções imediatas, negligenciando a sustentabilidade financeira de longo prazo. Um processo de reestruturação bem-sucedido deve criar bases sólidas para o crescimento futuro, evitando que problemas crônicos se repitam.

Como vimos, a reestruturação de dívidas é uma ferramenta importante para empresas que enfrentam dificuldades financeiras, representando uma oportunidade para a empresa se tornar mais eficiente, enxuta e competitiva no mercado. No entanto, iniciar esse processo sem o devido planejamento e apoio especializado pode comprometer todos os esforços empreendidos na operação.

Se a sua empresa está enfrentando dificuldades ou deseja prevenir crises futuras, considerar o apoio de especialistas pode ser o diferencial para uma reestruturação bem-sucedida.

A MGC Capital presta consultoria e assessoria especializada a empresas em crise financeira. Conta com especialistas altamente qualificados, aptos a criar e implementar soluções customizadas para reestabelecer a saúde financeira do empreendimento e aperfeiçoar seu processo operacional.

Com uma abordagem multidisciplinar e customizada, a MGC Capital atua de acordo com as demandas específicas da empresa em seu segmento de atuação. E tem como um de seus principais diferenciais a credibilidade e confiança junto aos principais bancos brasileiros. Conheça nossas soluções.